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Relações Amorosas

Por Thaís Merthon F. Reis

"Amar, em sua essência, é o projeto de se fazer amar" - Sartre

As questões sobre relacionamentos amorosos são muito abordadas nos atendimentos psicológicos: amor, paixão, ciúmes, insegurança, traição.

Esse texto tratará o tema relações amorosas, com base na abordagem fenomenológica-existencial (perspectiva sartriana).

As relações afetivas devem ser entendidas como livre escolha em estar com o outro, sendo essa escolha tomada por si e não pelo outro, pela própria vontade de estar vivendo a situação. Cada um faz a sua escolha, sendo que essa eleição mostra quem você é e o posicionamento que tem diante do mundo.

No amor, colocamos à disposição do outro nosso tempo, história de vida e nos permitimos conhecer e ser conhecido pelo parceiro. "No amor, a principal escolha que nos surge é: estar disponível para a interferência mútua na existência do outro" (Coutinho, 2012).

Muitos buscam o papel de estar casado ou comprometido para agir de modo aceitável para a sociedade. Quando ocorre uma "encenação" em torno dessas opções como busca pela aceitação da sociedade, ocorre uma forma de aprisionamento.

"Um relacionamento de amor é quando aceitamos nos tornar corresponsáveis por ele" (Coutinho, 2012).

Sartre utiliza do conceito de "má-fé", para tratar do "autoengano". Na "má-fé", a pessoa mostra ao mundo um personagem. Além da simulação para os outros, mente para si mesmo. O indivíduo conta uma mentira para si mesmo, acreditando que as coisas são da maneira que ele quer acreditar que é. A "má-fé" pode aparecer de diferentes modos. Pensando no âmbito fidelidade X infidelidade, estar comprometido e simultaneamente não estar é um ato de "má-fé".

Através da psicoterapia, é importante analisar se o indivíduo age de acordo com o seu projeto e, se através de gestos de amor, ocorrem atos de "má-fé".

No amor, a relação deve ser de troca, comunicação e diálogo, revelando o "projeto" de cada um, para que, juntos, os parceiros construam uma história de amor baseada em suas próprias escolhas e com livre expressão de quem são. Não existem certezas para o amor, mas deve sim haver uma aposta sincera no "projeto amoroso" do casal.

Bibliografia - Leituras Indicadas:

Até que a Liberdade nos Separe. As relações amorosas em uma perspectiva Sartriana
Anita de Souza Coutinho

O ser e o Nada - Ensaio de Ontologia Fenomenológica
Jean Paul Sartre

Entre quatro paredes
Jean Paul Sartre

O Muro
Jean Paul Sartre


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