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Transtorno de Pânico

Por Thaís Merthon F. Reis

O transtorno do pânico é caracterizado como um transtorno psicológico.

A pessoa passa a "ter medo de sentir medo", ou seja, o medo se transforma em fobia, sendo denominada pelos psiquiatras como transtorno de ansiedade.

O medo de se ter medo pode gerar sintomas físicos como suores, taquicardia e tremores pelo corpo. Em algumas situações, pode levar a pessoa a desencadear crises de pânico, bem como paralisar a sua vida cotidiana.

A vida moderna contribui para o desencadeamento da experiência de pânico, pois vivemos em uma sociedade marcada por estresse, pressões, perdas súbitas de familiares e conhecidos, entre outros.

Segundo Pokladek, seguem abaixo as características no modo de ser e perceber da pessoa com experiência fóbica:

  • A pessoa declara a necessidade de perseguir um projeto existencial para provar aos outros que é capaz, competente, prestativa e precisa ser aceita e constantemente reconhecida.
  • Sua autoestima está depreciada, é muito exigente consigo mesma e com os outros. O excesso de responsabilidade que expressa no seu modo de ser no mundo, com as pessoas, torna-a crítica e julgadora, expressando que os outros é que são irresponsáveis e não a reconhecem.
  • Tem a necessidade de controlar as pessoas e as situações, não confia em seu próprio "taco" e é insegura nas decisões mais simples.
  • Tende a carregar o mundo nas costas - a família, o trabalho, a relação afetiva.
  • Quer agradar gregos e troianos, tem medo de tomar uma posição, se decepcionar com os outros e errar em suas atitudes, por isso não arrisca, se encolhe no mundo como uma tartaruga, se encolhe frente ao perigo.
  • Em seu relato, experiencia perdas significativas principalmente no nível afetivo.
  • Tem um súbito espanto no transcorrer da vida, pois se decepciona com as pessoas que conhecia e sente um estranhamento, perdendo confiança em si e nos outros.
  • Descobre que não ocupa o lugar afetivo que imaginava na vida dos outros.
  • Perde a sua bússola interior que lhe orientava para um projeto existencial; descobre que a vida toda foi persuadida, usada e não se dá conta que permitiu essa condição para ser amada.
  • É sensível e, portanto, percebe a linguagem intencional do outro, distingue quando o outro se pronuncia com legitimidade ou não e, por isso, se decepciona com facilidade, pois descobre atitudes nos outros que não esperava. A experiência do estreitamento perceptual faz com que essa pessoa eleja situações fóbicas, quando na verdade o medo é de lidar consigo própria, diante da realidade posta em questão na sua vida.

Pesquisas indicam que 5% da população mundial apresenta o transtorno do pânico. A medicina brasileira se preocupa com essa questão e conhece bioquimicamente os processos que se instalam no cérebro, porém estudos evidenciam que o uso exclusivo dos medicamentos por si só não ajuda a pessoa a recuperar-se completamente, se faz necessário portanto psicoterapia.

A psicoterapia na abordagem fenomenológica-existencial se propõe a enxergar o homem considerando sua experiência subjetiva, ajudando a pessoa a entender seus entrelaçamentos existenciais que o fizeram eleger os cenários específicos ("avião", "elevador", etc.), e assim seja dado um novo significado na existência do cliente.

Bibliografia - Leituras Indicadas:

Existência e Saúde
Danuta D. Pokladek

O Sentido Existencial do Medo
Danuta D .Pokladek


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